Desepitelização da Córnea Associada à Fotoceratectomia Terapêutica em Pacientes com Ceratocone Evolutivo (KERADES)

O ceratocone é uma patologia corneana idiopática, simétrica, bilateral, não inflamatória, caracterizada por um afinamento progressivo da córnea. Esta doença leva a um bombardeamento da córnea, induzindo um forte astigmatismo corneano, responsável por uma perda da acuidade visual por vezes muito importante, não corrigível pelas lentes dos óculos. Collagen Cross-Linking (CXL) e simples desepitelização da córnea são duas técnicas cirúrgicas comuns com o objetivo de retardar a progressão desta patologia. Eles consistem em enrijecer a estrutura da córnea para estabilizar a progressão da deformação. Embora essas técnicas sejam comumente executadas, nenhuma dessas estratégias provou sua eficiência. Os efeitos do CXL podem ser devidos à reação cicatricial superficial, bem como aos efeitos da remodelação da córnea induzida pela fase de desepitelização durante um procedimento CXL, e não devido às ligações covalentes entre o colágeno e as fibrilas, formadas pela reação bioquímica resultante da exposição UV-A na presença de Riboflavina Desepitelização pode ser um tratamento igualmente eficaz, quando comparado ao CXL, mas sem efeitos secundários a longo prazo. A sua associação com uma fotoqueratectomia terapêutica (PKT, técnica cirúrgica utilizada para regular a superfície da córnea, e eliminar as suas opacidades de forma a recuperar a transparência da córnea) terá como objetivo melhorar a regularidade da superfície anterior da córnea, permitindo assim uma melhor fixação epitelial (adesão) e pode permitir uma reação inflamatória estromal, favorável à melhora da biomecânica da córnea. PKT é uma técnica confiável; porém ainda não comprovou sua eficácia no tratamento do ceratocone.

O objetivo deste estudo é descrever os efeitos da desepitelização associada a uma fotoceratectomia terapêutica em pacientes com ceratocone evolutivo, mostrando a proporção de pacientes que perderam a evolutividade de seu ceratocone, após 6 meses e 1 ano, após uma intervenção de desepitelização associada à fotoceratectomia terapêutica.