Avaliação do efeito anticancerígeno do café verde, torrado e descafeinado na linha celular de carcinoma espinocelular oral

O câncer oral é o sexto câncer mais comum em homens e o décimo segundo mais comum em mulheres. Aproximadamente, 94% de todas as malignidades orais são carcinomas de células escamosas. Nas últimas décadas, os pesquisadores exploraram terapias e remédios alternativos para prevenir sua progressão, mas cederam a baixas taxas de sucesso. A terapia direcionada do câncer oral é promissora após a identificação de biomoléculas anticancerígenas. Os extratos naturalmente disponíveis têm sido desejados a esse respeito como uma modalidade terapêutica adjuvante.

A pesquisa atual no câncer de cabeça e pescoço se concentra principalmente em entender os mecanismos moleculares do desenvolvimento e progressão do câncer bucal para atingir os biomarcadores e facilitar o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento. Estudos com linhagens celulares podem servir como triagem inicial para agentes que possam regular a resistência a drogas e para estabelecer se existem diferenças nas diferentes sublinhas resistentes a drogas.

Fitoquímicos e extratos derivados de plantas medicinais têm sido apontados como promissores agentes preventivos contra vários tipos de câncer devido à sua baixa toxicidade e aos dados acumulados que sustentam seus efeitos benéficos à saúde. O café, depois da água, é a bebida líder mundial o que evidencia a importância do conhecimento de sua possível influência na saúde humana. As bebidas de café contêm uma variedade de agentes antioxidantes e antimutagênicos, incluindo derivados fenólicos, como ácido clorogênico e polifenol ácido cafeico e diterpenos, como cafestol e kahweol. Alguns estudos sugeriram que esses constituintes poderiam fornecer alguma proteção contra genotoxicidade, classificando assim o café como um agente anticancerígeno. No entanto, trabalhos futuros no mecanismo são necessários porque o café tem muitos componentes e os efeitos podem depender de vários fatores, como o tipo de grão de café, com cafeína em comparação com o café descafeinado, torrefação e métodos de preparo.

Vários estudos tentaram analisar a contribuição do consumo de café no risco de diferentes tipos de câncer. O efeito do café sobre o risco de câncer é controverso porque foram sugeridos efeitos inibidores e promotores. Considera-se que o efeito antioxidante do ácido clorogênico e o efeito inibitório da metilação do DNA contribuem para o efeito protetor do café.

Um efeito protetor do café foi observado em humanos para uma variedade de cânceres. Os estudos mais recentes relataram que o café está inversamente associado ao câncer oral/faríngeo, carcinoma basocelular e câncer endometrial tipo I. O consumo de café também foi inversamente relacionado ao câncer colorretal e ao câncer de fígado. No entanto, a cafeína no café é conhecida por modificar a resposta apoptótica e perturbar a integridade do checkpoint celular.

O tipo de café tem um impacto significativo no seu potencial antioxidante. O tratamento térmico dos grãos de café (processo de torrefação) também afeta o nível de potencial antioxidante. O processo de torrefação transforma as propriedades químicas e biológicas dos grãos de café e aumenta sua atividade antioxidante. Os grãos de café torrados apresentaram maior capacidade antioxidante do que os grãos de café verde, e a intensificação da torrefação do café resultou em diminuição do seu potencial antioxidante.

Até onde sabemos, apenas um estudo relatou o efeito de diferentes tipos de bebida de café (com cafeína, descafeinado e café) no risco de câncer bucal. Além disso, as evidências do efeito do café verde e do café descafeinado no OSCC eram muito escassas. O mecanismo biológico exato do papel potencialmente saudável do café no câncer de cabeça e pescoço ainda não está disponível.