Efeito da terapia de manutenção periodontal na perda dentária em fumantes e não fumantes regulares e irregulares: uma análise retrospectiva de coorte com acompanhamento de até 40 anos

As doenças periodontais são infecções causadas pela placa dentária (Socransky, 1970). Existem fatores de risco que modificam o curso da progressão da doença. Um desses fatores de risco é o tabagismo, que foi avaliado pela primeira vez por Pindborg em 1947 e posteriormente por Grossi et al. em 1995. Eles descobriram que fumar tabaco estava fortemente associado à perda de inserção, perda óssea e, por último, perda dentária. A perda dentária é uma das consequências mais visíveis da doença periodontal, que afeta negativamente a vida fisiológica e psicológica do paciente. Os efeitos do tabagismo no estado periodontal são independentes do índice de placa e da higiene oral do paciente, devido à influência direta do tabaco nos tecidos periodontais.

Vários estudos demonstraram a eficácia da terapia periodontal na redução da taxa de perda dentária, bem como a importância da adesão do paciente à terapia de manutenção periodontal e à prática adequada de higiene oral para alcançar essa redução. A adesão é o principal problema enfrentado na terapia de manutenção periodontal. Baixas taxas de complacência e adesão do paciente a um programa de manutenção foram relatadas na literatura. A terapia de manutenção periodontal pode ser considerada um fator crítico para o sucesso no controle da periodontite e na manutenção dos dentes a longo prazo. Além disso, negligenciar um programa regular de terapia de manutenção periodontal tem sido associado ao aumento do risco de reinfecção e progressão da periodontite, bem como ao aumento da perda dentária. O estabelecimento de um critério de intervalo de tempo entre diferentes visitas de manutenção periodontal de suporte ainda é controverso.

Os fumantes estão associados a um baixo nível de adesão para evitar serem constantemente lembrados de parar de fumar, bem como as complicações de saúde associadas ao hábito. Há um vazio na literatura abordando a influência direta da adesão e aderência na terapia de manutenção periodontal e sua contribuição para interromper a progressão da periodontite, minimizando a perda dentária, especificamente em pacientes tabagistas, sejam eles aderentes regulares ou irregulares a um acompanhamento de longo prazo. até 40 anos. Por outro lado, há evidências científicas moderadas de que o efeito independente do tabagismo está associado à ocorrência de perdas dentárias em indivíduos submetidos à terapia de manutenção periodontal. Por fim, apenas poucos estudos relataram o resultado específico da terapia de manutenção periodontal na perda dentária em fumantes regulares e irregulares em comparação com não fumantes regulares e irregulares.

A questão central neste estudo é "A terapia de manutenção periodontal afeta as taxas anuais de perda dentária de forma diferente em fumantes regulares e irregulares e não fumantes?".