Teorias leigas de saúde em adultos americanos jovens e de meia-idade

Na revista "Science", Engel (1977) propôs o termo "modelo biopsicossocial" para reconhecer os fatores sociais e psicológicos que afetam a saúde e a doença. Os psicólogos têm desempenhado um papel significativo na contribuição para as evidências atuais desse modelo, incluindo a compreensão de como os indivíduos pensam sobre sua saúde.

O trabalho nessa área correspondeu ao trabalho sobre as teorias implícitas dos indivíduos e como essas teorias implícitas têm impacto sobre a cognição, o afeto e o comportamento. Teorias implícitas são construções mentais sobre fenômenos específicos que, embora muitas vezes elaboradas em estrutura, conteúdo e função, não são bem articuladas por aqueles que as defendem.

A falha em investigar minuciosamente as teorias leigas de saúde tem implicações para o modelo biopsicossocial de saúde e doença, que afirma que não é apenas o conhecimento do médico, mas também as crenças do paciente, que têm consequências para a experiência de saúde do paciente e doença. A pesquisa sobre crenças individuais em relação à doença vem se acumulando há algum tempo e está se tornando evidente que essas crenças têm consequências significativas para o comportamento de saúde individual. No entanto, os estudos atuais que avaliam as teorias leigas sobre a doença podem ser inadequados para atingir o objetivo de aprender plenamente como as teorias leigas têm impacto sobre a saúde. As metodologias utilizadas raramente distinguem se as teorias implícitas em estudo devem ser atribuídas a leigos ou a especialistas, e tendem a assumir que saúde e doença têm correspondência recíproca perfeita entre as mentes dos leigos. Se os pesquisadores esperam entender as teorias dos leigos sobre a saúde, investigar exclusivamente as teorias leigas da doença não será suficiente para responder à questão.

A presente série de estudos procura investigar uma série de questões não respondidas na literatura existente sobre as teorias leigas da saúde. Em um pré-estudo, investigamos como leigos adultos definem o que é ser saudável por meio de perguntas abertas. No momento atual (foco da atual aplicação do IRB) esperamos que os participantes classifiquem a importância de cada um dos itens previamente coletados para seu conceito de saúde (Estudo 1). Em seguida, apresentaremos os itens mais importantes em pares para uma segunda amostra e pediremos aos participantes que classifiquem o quão semelhantes ou diferentes os itens são entre si. A partir dessas classificações, determinaremos a estrutura das teorias leigas de saúde por meio de procedimentos de escalonamento. Depois de determinar a estrutura das teorias leigas (por exemplo, em termos de dimensões), vamos nos concentrar no desenvolvimento de uma medida abrangente das teorias leigas da saúde. Nesse momento, conduziremos uma série de estudos de validação para determinar se e como essas dimensões das teorias leigas diferem das dos especialistas, correspondem ou não às construções existentes que medem o bem-estar e são utilizadas por leigos para fazer julgamentos de saúde e decisões (que serão revistas e conduzidas em uma data posterior).