Efeitos agudos do consumo de vinho em voluntários saudáveis (winepost)

Nos últimos anos, estudos epidemiológicos indicam que o consumo moderado e regular de álcool está associado a um menor risco de doença coronariana e ataque cardíaco, bem como a uma menor mortalidade. Mais especificamente, foi sugerida uma associação em forma de J ou U entre o consumo de álcool e a incidência de doença cardíaca coronária, o que significa que houve menor risco de doença em consumidores moderados de álcool do que em abstêmios ou bebedores pesados.

O interesse científico concentrou-se no vinho após a introdução do termo "paradoxo francês", para descrever a observação epidemiológica de que os franceses sofrem uma incidência relativamente baixa de doenças coronárias, apesar de terem uma dieta relativamente rica em gorduras saturadas. O paradoxo foi atribuído ao consumo moderado de vinho tinto pelos franceses. Embora muitos estudos clínicos tenham ocorrido desde então, apenas alguns deles relatam o efeito pós-prandial do vinho, focando principalmente no estudo de marcadores de estresse oxidativo e disfunção endotelial. Além disso, um número limitado de publicações refere-se ao efeito pós-prandial do vinho sobre a agregação plaquetária, que é um marcador indicativo de inflamação/trombose e aterosclerose.

A evidência clínica limitada nos levou a investigar o efeito pós-prandial do consumo de vinho na agregação plaquetária, inflamação e marcadores de oxidação, realizando um estudo clínico de design cruzado. Os sujeitos consumiram aleatoriamente 4ml de bebida [Robola ou Cabernet Sauvignon ou 12,5% etanol ou água]/kg de indivíduo, paralelamente a uma refeição padronizada, que consistia em 30,8% de carboidratos, 12,0% de proteínas e 53,1% de gorduras. A energia total da refeição foi de 787,2 kcal.