Efeito da raspagem e do planejamento radicular na ALP na saliva e no GCF em pacientes com periodontite em comparação com indivíduos saudáveis

A periodontite é uma doença inflamatória crônica que destrói o periodonto e é a principal causa de perda dentária em adultos (Hajishengallis 2014). A periodontite causa inflamação sistêmica e resposta imunológica por meio de microrganismos e seus produtos no biofilme da placa subgengival, e é um fator de risco para doenças sistêmicas (Lim et al. 2020).

O diagnóstico da doença periodontal é feito após a análise das informações coletadas no exame periodontal. Os parâmetros tradicionais de diagnóstico periodontal usados ​​clinicamente incluem profundidade de sondagem, sangramento à sondagem, níveis clínicos de inserção, índice de placa e radiografias que avaliam o nível ósseo alveolar (Taba et al. 2005).

O objetivo dos procedimentos de diagnóstico periodontal é fornecer ao clínico informações úteis sobre o tipo, localização e gravidade da doença periodontal atual. Essas descobertas formam a base para o planejamento do tratamento e fornecem informações críticas durante as fases do tratamento de manutenção periodontal e monitoramento da doença (Taba et al. 2005).

Os procedimentos diagnósticos tradicionais são inerentemente limitados, pois apenas o histórico da doença, e não o estado atual da doença, pode ser avaliado. Os avanços na pesquisa diagnóstica em doenças bucais e periodontais estão avançando em direção a métodos pelos quais o risco periodontal possa ser identificado e quantificado por medidas objetivas, como biomarcadores (Sanikop S et al.2012).

Um biomarcador é uma substância que indica um estado biológico e serve como uma medida objetiva para avaliar a atividade atual e futura da doença (Pavankumar et al. 2015). A resposta de um organismo à infecção periodontal inclui a produção de diversas enzimas liberadas por células estromais, epiteliais, inflamatórias ou bacterianas. Essas enzimas intracelulares são liberadas cada vez mais das células danificadas dos tecidos periodontais no fluido crevicular gengival (FCG) e na saliva (Sanikop S et al.2012).

A saliva contém os eletrólitos mais importantes do corpo (cálcio, fósforo e outros minerais). Eles têm um impacto significativo na formação, maturação e metabolismo da placa dentária. As concentrações salivares de cálcio e fósforo são importantes para a saúde periodontal porque um nível aumentado de cálcio ou fósforo salivar está associado à placa rapidamente mineralizada, que está associada à má higiene oral. Como resultado, biomarcadores salivares como cálcio, fósforo, fosfatase alcalina e pH podem ser usados ​​para avaliar o diagnóstico e prognóstico de gengivite ou periodontite (Alaauldeen et al2015).

O fluido crevicular gengival (FGC) ajudou muito na nossa compreensão da patogênese da doença periodontal. Uma quantidade muito pequena de análise de fluido pode revelar alterações clínicas significativas que ocorrem na gengiva. Estas modificações podem ser úteis no diagnóstico da doença periodontal (Koregol et al. 2011). O GCF é considerado um meio promissor para a detecção de marcadores de atividade da doença periodontal. As doenças periodontais são caracterizadas pela destruição dos tecidos de suporte dos dentes, e a quantificação dos produtos de degradação dos tecidos no GCF tem sido buscada como um meio de identificar locais ativos de doenças (Koregol et al. 2011).

A fosfatase alcalina é uma enzima catalítica que acelera a remoção de grupos fosfato nas posições 5 e 3 de uma ampla gama de moléculas, como nucleotídeos, proteínas e alcalóides. Embora a ALP seja encontrada em todos os tecidos, ela é especialmente abundante nos ossos, fígado, ducto biliar, rim e placenta (Pavankumar et al. 2015). É uma glicoproteína ligada à membrana produzida por muitas células, como neutrófilos durante a inflamação, osteoblastos durante a produção óssea e fibroblastos do ligamento periodontal durante a regeneração. ALP é considerada uma indicação crítica da atividade osteoblástica. A presença de ALP na saliva e FCG é geralmente indicativa de inflamação e/ou destruição dos tecidos periodontais. O nível de ALP está positivamente correlacionado com a gravidade da doença periodontal (Pavankumar et al. 2015).

O nível normal de ALP no sangue humano varia de 25 a 100 UI/L quando a concentração de ALP é superior a 300 UI/L, é um indicador de várias doenças, incluindo doenças hepáticas, câncer de fígado, hepatite, doença óssea, osteoblástica câncer ósseo (Wang et al., 2009).