Avaliação da precisão da amplificação de ácido nucléico em uma etapa (OSNA) no diagnóstico de metástases linfonodais de carcinoma papilífero de tireoide

O carcinoma papilífero de tireoide (PTC) é a neoplasia maligna de tireoide mais comum; origina-se das células foliculares da glândula tireoide e representa mais de 80% dos tumores da tireoide. A incidência de PTC vem aumentando progressivamente nas últimas décadas, dobrando desde a década de 1970, devido à difusão da ultrassonografia de rastreamento. Embora os PTCs sejam considerados tumores de crescimento lento, a incidência de metástases linfonodais é alta, variando de 20% a 90%. O real impacto das metástases linfonodais no prognóstico ainda é motivo de debate: relatos na literatura demonstram redução da sobrevida livre de doença, mas divergem sobre a sobrevida global. As ferramentas de diagnóstico têm baixa precisão para o compartimento do linfonodo central, que é o local mais frequente de metástases.

As últimas diretrizes sugerem uma dissecção profilática do compartimento linfonodal central (CLND) em pacientes com PTC de alto risco; no entanto, essa indicação encontra resistência devido à maior incidência de complicações pós-operatórias, principalmente hipoparatireoidismo e paralisia do nervo laríngeo recorrente (NLR).

Recentemente, novas técnicas de biologia molecular têm se difundido amplamente, principalmente no diagnóstico de metástases linfonodais no carcinoma de mama; estes ensaios permitem isolar, amplificar e quantificar rapidamente o mRNA que codifica proteínas seletivamente presentes em células neoplásicas, como a Citoqueratina-19 (CK-19). A amplificação de ácido nucléico em uma etapa (OSNA) é rotineiramente usada no diagnóstico de metástase no linfonodo sentinela (SNL) de pacientes afetados por câncer de mama. O objetivo deste estudo é avaliar se a aplicação de OSNA para diagnóstico intraoperatório de metástases linfonodais de PTC é possível.