Caracterização de células-tronco de câncer de ovário

O câncer de ovário tem a maior mortalidade de todos os cânceres ginecológicos, com uma taxa de sobrevida global de 5 anos de apenas 30-40%. A incidência de câncer de ovário também aumentou nos últimos anos em Taiwan e tornou-se uma questão cada vez mais importante. A falta de sintomas, dificuldades no diagnóstico precoce, marcadores tumorais precisos insuficientes e falta de informações sobre a biologia do tumor ovariano contribuem para o mau prognóstico em pacientes com câncer de ovário. Os fatores prognósticos para carcinomas ovarianos incluem estágio do tumor, subtipo de histologia, grau de diferenciação, tumor residual após cirurgia de citorredução e resposta à quimioterapia. Especialmente a resistência à quimioterapia desempenha um grande papel no prognóstico dos pacientes. No entanto, os estudos atuais apresentam um quadro incompleto da biologia tumoral do câncer de ovário. Será bastante útil para o manejo clínico se os investigadores puderem examinar o possível mecanismo subjacente de tumorigênese e resistência a drogas.

A malignidade geralmente se origina das células proliferadas anormais que acumulam várias aberrações genéticas ou epigenéticas. A questão-chave mais importante é "Que tipo de célula poderia ser a célula cancerosa?" Estudos recentes descobriram que existe uma "célula iniciadora do câncer" no tumor maligno. As células iniciadoras do câncer organizaram esferas independentes de ancoragem e auto-renovação e foram reprodutíveis. Além disso, as células iniciadoras de câncer também eram capazes de tumorigênese intraperitoneal (demonstrando atividade em seu microambiente nativo) e podiam propagar tumores em série em animais. Embora a proporção de células iniciadoras de câncer no tecido canceroso seja muito baixa, as habilidades características das células iniciadoras de câncer preenchem todos os critérios atualmente aceitos para a existência de uma subpopulação de células iniciadoras de tumor, e sua detecção e direcionamento específicos podem ser altamente valioso para terapia de heterogeneidade tumoral, proliferação descontrolada, invasão local, metástase distante e até mesmo resistência ao tratamento atual, incluindo quimioterapia.

Algumas células iniciadoras de tumor que têm as propriedades das células-tronco cancerígenas foram isoladas de leucemia, câncer de mama e tumor cerebral. Alguns marcadores celulares potenciais para células iniciadoras de câncer foram identificados, incluindo CD34(+)/CD38(+) em leucemia, CD44(+)/CD24(+) em câncer de mama e CD133(+)/nestina(+) em tumor cerebral . A via de transdução de sinal celular aberrante de células-tronco está associada à transformação maligna, como as vias Wnt, Hedgehog e Notch. Até onde sabemos, os antígenos específicos expressos em células iniciadoras de câncer de ovário ainda não foram identificados e caracterizados. No estudo atual, usando tumores ovarianos humanos primários, os investigadores irão isolar e caracterizar células iniciadoras de câncer ovariano totalmente capazes de restabelecer sua hierarquia tumoral original in vivo. Os investigadores também elucidarão os novos biomarcadores de diagnóstico e prognóstico em células iniciadoras de câncer de ovário, identificando numerosos antígenos de superfície com potencial diferencial e/ou genes superexpressos. Além disso, um modelo de estudo de câncer de ovário em camundongos será geneticamente modificado e investigado para monitorar os possíveis efeitos terapêuticos da imunoterapia e quimioterapia para essas células iniciadoras de câncer de ovário. Os pesquisadores esperam especificar e estratificar os padrões moleculares, a resposta à quimioterapia e os biomarcadores prognósticos em pacientes com células iniciadoras de câncer de ovário. Esses resultados podem oferecer algumas novas hipóteses de terapia de câncer de ovário para avaliar sua função na tumorigênese e potencial no direcionamento de células iniciadoras de câncer de ovário.