Status da vitamina D e status imunoinflamatório em diferentes populações do Reino Unido com infecção por COVID-19

Em todo o mundo, houve mais de 6 milhões de casos e 380.810 mortes por Coronavírus 2019 (COVID-19) (ECDC junho de 2020). De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), os fatores de risco para doenças críticas incluem idosos com mais de 70 anos de idade e pessoas com condições subjacentes, como hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas, estado imunológico comprometido e obesidade (73,4% dos pacientes críticos com IMC 30-40). Além disso, no Reino Unido, 32% dos pacientes com COVID-19 em estado crítico são de origem negra ou de minoria étnica asiática (ICNARC, 10 de abril de 2020). Há, portanto, uma necessidade urgente de entender completamente os fatores de risco para infecção grave por COVID-19 e encontrar um tratamento eficaz. Na infecção por COVID-19, os pacientes que necessitaram de tratamento intensivo apresentam alta circulação de citocinas e quimiocinas TNF-α, IL-2, IL-6, IL-7, IL-9, IL-17, IFN-γ, MCP-1 e MIP-1α. A infecção grave por COVID-19 parece, portanto, estar associada a um estado de hiperinflamação prejudicial. Além de uma resposta desregulada de citocinas, também há desregulação das populações de células imunes na infecção por COVID-19. Por exemplo, há baixos T regs, células NK e células T CD8+ e CD4+ na infecção grave por COVID-19. Além disso, as células T CD8+ parecem ser um preditor independente da gravidade da COVID-19 e da eficácia do tratamento.

Além de fatores genéticos, por ex. HLA, que pode predispor a COVID-19 grave, a vitamina D (25(OH)D) pode ser importante por vários motivos. Em primeiro lugar, porque a inadequação de 25(OH)D é prevalente em adultos mais velhos europeus e americanos (> 60 anos), grupos étnicos minoritários negros e asiáticos e naqueles com alto IMC. Em segundo lugar, porque 25(OH)D é conhecido por ter importantes papéis imunorreguladores, por exemplo, na regulação negativa das citocinas pró-inflamatórias TNF-α, IL-1, IL-2, IL-6, IL-8, IL-17, IFN-γ e na regulação positiva dos antiinflamatórios TGFβ e IL-10. A 25(OH)D também promove a diferenciação e expansão das células T CD8+ efetoras e Treg. Além disso, 25(OH)D tem um papel na prevenção e redução de infecções respiratórias humanas, por ex. influenza e em animais experimentais está positivamente associado com células T CD8+ específicas do vírus. A vitamina D também pode ser um importante modulador da resposta hiperinflamatória em pacientes com infecção por Covid-19 por meio da supressão da tempestade de citocinas.

Como parte da resposta do governo ao Covid-19, a Public Health England reeditou os conselhos existentes sobre vitamina D: https://www.nhs.uk/conditions/vitamins-and-minerals/vitamin-d/ Este estudo fornecerá informações importantes sobre o status da vitamina D como um possível fator de risco em relação à infecção por COVID-19 em idosos do Reino Unido e populações de minorias étnicas. Além disso, os dados gerados também podem ter implicações importantes para futuras estratégias de suplementação e/ou vacinação para COVID-19.