Comunicação e Marketing da Merenda Escolar

A insegurança alimentar na infância está associada à anemia, obesidade e diabetes, bem como ao baixo desempenho escolar. Nos EUA, as taxas de insegurança alimentar são maiores entre as famílias negras de baixa renda. Durante o COVID-19, a insegurança alimentar aumentou rapidamente devido a taxas de desemprego sem precedentes. Enquanto 15% das famílias americanas com crianças relataram insegurança alimentar antes da pandemia, isso aumentou para 35% em abril de 2020. Já em 1946, quando o Programa Nacional de Merenda Escolar foi desenvolvido, uma nutrição de alta qualidade era reconhecida como essencial para que as crianças fossem saudáveis, tivessem um bom desempenho escolar e levassem uma vida produtiva. Além disso, refeições gratuitas e a preços reduzidos fornecem suporte de renda vital para famílias de baixa renda. Graças às flexibilidades administrativas do USDA emitidas durante a pandemia do COVID-19, a maioria das crianças dos EUA pode receber refeições gratuitas nas escolas locais. Apesar disso, a participação em programas de alimentação escolar é inferior a um terço do que era antes da pandemia, resultando em uma perda de receita de 2,1 bilhões de dólares para os programas de merenda escolar. Infelizmente, mesmo antes da pandemia, a participação em programas de nutrição escolar por crianças elegíveis é muito menor do que deveria ser, principalmente para programas de café da manhã escolar e durante o verão. Os pais são fundamentais para facilitar e incentivar a participação de seus filhos nas refeições escolares. Apesar disso, poucos estudos nos Estados Unidos examinam as percepções dos pais sobre as refeições escolares. Os estudos existentes sugerem que, quando os pais percebem a merenda escolar de forma negativa, isso impede a participação nos programas. Pesquisas anteriores indicam que os pais podem não saber que as refeições escolares devem atender a padrões nutricionais rígidos. Além disso, os pais também carecem de um veículo para compartilhar ideias para melhorar as refeições com os distritos, dificultando ainda mais a participação em programas de nutrição. Portanto, para aumentar a participação nesses programas, é importante desenvolver estratégias de comunicação com os pais sobre os benefícios de saúde, econômicos e acadêmicos da merenda escolar e fornecer um mecanismo para que os pais forneçam sugestões e implementem mudanças.

A hipótese central deste estudo é que uma intervenção que se concentre em comunicar os benefícios dos programas de nutrição infantil e estabeleça uma estratégia viável e sustentável para os pais fornecerem feedback contínuo para melhorar o apelo, a relevância cultural e a qualidade das refeições escolares aumentará a participação nas refeições escolares para reduzir a insegurança alimentar e promover a saúde infantil, o bem-estar e os resultados educacionais. Isso será testado por meio de um estudo randomizado controlado em cluster em 6 escolas no Vale de San Joaquin da Califórnia (SJV), que é em grande parte rural e lar de muitas famílias de trabalhadores agrícolas latinos de baixa renda. As taxas de pobreza, insegurança alimentar e doenças relacionadas à dieta de SJV são algumas das mais altas do estado. Dada a imensa necessidade, é particularmente lamentável que os programas de nutrição escolar não sejam mais plenamente utilizados, principalmente durante a pandemia. As opções de marketing e comunicação desenvolvidas por um grupo de especialistas em pesquisa e marketing, pais, equipe de nutrição escolar e outras partes interessadas da escola incluirão estratégias de promoção para comunicar com os pais sobre os benefícios da merenda escolar e estratégias de produtos para melhorar a marca, design, embalagem, qualidade, apelo cultural e variedade da merenda escolar. Exemplos específicos de intervenção podem incluir (1) comunicar informações sobre os padrões de nutrição escolar e a importância das refeições para a saúde e o aprendizado, (2) projetar embalagens mais ecológicas, talvez incluindo mensagens positivas, para substituir a distribuição em embalagens plásticas ou (3) enfatizar adequação local, sustentável e cultural das refeições. Os pesquisadores conduzirão pesquisas no início e 9 meses para avaliar 1) a satisfação dos pais com as refeições, 2) a insegurança alimentar familiar usando o Módulo de Pesquisa de Segurança Alimentar Doméstica de 18 itens dos EUA e 3) as práticas da equipe de nutrição escolar em relação à participação nas refeições escolares. Os dados sobre a participação na merenda escolar durante o período do estudo serão obtidos dos diretores dos serviços de alimentação escolar.

Se bem-sucedido, o modelo pode apoiar a defesa de políticas nacionalmente e também ser promovido e adaptado por outras escolas, pois esse é um problema onipresente. Até o momento, há poucos trabalhos sobre este tema.