Uso de Novas Ferramentas para Estimar a Intensidade de Sessões de Atividade Física Adaptada (UNITS-APA)

A atividade física é recomendada há muitos anos por diversas autoridades de saúde. De fato, inúmeros estudos têm demonstrado os efeitos da atividade física na qualidade de vida, no ganho de autonomia e na redução das limitações funcionais em idosos. Esse problema está se tornando cada vez mais presente com o aumento da expectativa de vida, o que aumenta a prevalência de indivíduos atingindo a condição de idoso. Essas previsões sugerem que cada vez mais pessoas terão que conviver com as consequências da idade. Desse ponto de vista, o manejo dessas pessoas por meio da atividade física adaptada é necessário para desafogar o sistema de saúde, limitando os riscos de fragilidade e, consequentemente, de hospitalização entre os idosos. Com o objetivo de promover a atividade física adaptada, o papel dos especialistas nesta área é organizar sessões de atividade física que solicitem os aspetos neurocognitivos, neuromusculares e cardiorrespiratórios através do equilíbrio, fortalecimento muscular e exercícios aeróbicos. Estas sessões serão definidas de acordo com diferentes critérios como patologia, grau de realização dos exercícios e dificuldade percebida da sessão. Para os participantes, o método mais comum de quantificação é a escala de Percepção de Esforço (RPE) de Borg. Essa medida consiste em medir a percepção de esforço em uma escala que varia de 6 para "nenhum esforço percebido" a 20 para "esforço máximo". A utilização desta ferramenta tem a vantagem de ter uma forte correlação com a frequência cardíaca em intensidades moderadas. Esses diferentes parâmetros permitirão ao engenheiro de atividade física adaptada determinar uma carga de treinamento de acordo com esses diferentes parâmetros. Esta carga de treino permitirá então que a(s) próxima(s) sessão(ões) seja(m) ajustada(s) para melhor se adequarem às capacidades funcionais dos participantes e assim individualizar o tratamento destas pessoas. No entanto, essa carga de treinamento é subjetiva. Para profissionais de atividade física adaptada, a quantificação da carga de treinamento das diferentes sessões é baseada na experiência pessoal. Este método é difícil de quantificar e generalizar para outros profissionais. Da mesma forma, a sensação da dificuldade da sessão é específica de cada participante. A quantificação da PSE será fortemente influenciada pelos últimos exercícios da sessão e pelo efeito de grupo. Para resolver esta limitação, várias ferramentas foram desenvolvidas. Uma das soluções mais comuns é o uso de um monitor de frequência cardíaca. A vantagem desse sensor é a quantificação da frequência cardíaca durante a sessão sem o viés subjetivo interindividual. No entanto, esse método de quantificação tem pouca correlação com a carga de treinamento de fortalecimento muscular. Essa limitação tem forte impacto na estimativa de sessões de atividades adaptadas devido à grande proporção de exercícios focados no aspecto neuromuscular. Para abordar esta questão, a análise do movimento humano seria uma ferramenta complementar para estimar o gasto energético de acordo com os diferentes tipos de exercícios propostos durante as sessões. Essa análise foi muito facilitada com a chegada do aprendizado profundo para a classificação de diferentes movimentos de acordo com a cinemática do movimento ou actimetria. Neste contexto destacam-se dois sistemas de medição. Por um lado, o Actigraph é uma das ferramentas mais utilizadas neste campo para quantificar a carga de treinamento de acordo com o vetor de magnitude calculado pelo acelerômetro. Essa carga de treino será identificada como baixa, moderada ou alta dependendo das atividades registradas pelo sensor. Por outro lado, o uso de câmeras de profundidade para segmentar o corpo humano é uma área em rápida evolução. Os dados coletados com este sistema de medição, juntamente com o aprendizado profundo, podem classificar uma ampla gama de movimentos em vários indivíduos ao mesmo tempo. A utilização desses sistemas de medição permitiria um melhor entendimento da estimativa da carga de trabalho. De fato, a associação da classificação dos exercícios com o tempo de execução e o número de repetições aliado à frequência cardíaca possibilitaria um gasto energético preciso em condições ecológicas. Estes dados permitiriam uma individualização mais precisa da gestão dos idosos para sessões de atividade física adaptada. Esse tipo de cuidado personalizado para a fragilidade faria parte dos desafios futuros de envelhecer bem.