Papel da ultrassonografia de tórax na avaliação da pleurodese em pacientes com derrame pleural maligno

O derrame pleural maligno (MPE) impõe um fardo significativo aos pacientes e profissionais de saúde. A maioria dos derrames pleurais malignos é resultado de metástases para a pleura de outros locais. Os tumores primários foram, em ordem decrescente de frequência: pulmão (37%), mama (17%), localização desconhecida (10%), linfoma (9%), gastrointestinal (8%), ovário (7%) e mesotelioma (3%) .

O manejo dos derrames malignos depende da paliação da dispnéia e da prevenção do acúmulo de líquido pleural para proporcionar a melhor qualidade de vida possível, independentemente da necessidade de outras modalidades de tratamento. A maioria dos pacientes requer tratamento definitivo, geralmente drenagem e pleurodese química para aliviar os sintomas e prevenir a recorrência de fluidos. A pleurodese é definida como a sínfise entre as superfícies pleural visceral e parietal; sua função é impedir o acúmulo de ar ou líquido no espaço pleural. Derrames de origem maligna são a indicação mais comum para pleurodese A ultrassonografia torácica (UST) pode facilmente visualizar derrames pleurais e ajudar na identificação de derrames malignos e na presença de aderências pleurais ou espessa casca pleural e, portanto, pode ter um papel na previsão do sucesso da pleurodese em longo prazo ou falha no MPE.

Um dos sinais mais fáceis de identificar durante a ultrassonografia de tórax é o movimento da pleura visceral em comparação com a imobilidade da pleura parietal. Este sinal de 'deslizamento pleural', descrito pela primeira vez em medicina veterinária, era utilizado para excluir a presença de pneumotórax quando presente e para suspeitar de atelectasia, fibrose ou aderências pleurais (pleurodese) quando ausente. A ultrassonografia torácica detecta facilmente o sinal de 'deslizamento pleural', devido ao movimento da pleura visceral sobre a pleura parietal. Esse sinal está ausente quando a pleurodese é bem-sucedida. A TC de tórax com contraste tornou-se a modalidade de imagem de escolha para detectar derrames pleurais e auxiliar na diferenciação entre derrames benignos e malignos detectados por radiografias padrão. Os achados da TC de tórax característicos da doença pleural maligna incluem (i) espessamento pleural circunferencial, (ii) espessamento pleural nodular, (iii) espessamento pleural parietal maior que 1 cm e (iv) envolvimento pleural mediastinal ou evidência de um tumor primário.(9 '10) As especificidades relatadas de cada um desses achados individuais variam de 22% a 56% e as sensibilidades variam de 88% a 100%.(9;11) A confirmação histológica do diagnóstico, entretanto, ainda é necessária. A TC de tórax deve ser realizada antes da toracocentese de grande volume para permitir a visualização das pleuras visceral e parietal, o que pode identificar uma massa pleural e o local apropriado para biópsia por agulha.