Terapia de comunicação social mediada pelos pais para crianças pequenas que vivem na pobreza no Brasil

A exposição a ambientes adversos, como desvantagem socioeconômica e privação psicossocial, são fatores de risco para problemas de neurodesenvolvimento na infância. Crianças expostas a tais ambientes podem se beneficiar de intervenções que visam habilidades de comunicação social, uma vez que essas habilidades atuam como fatores de proteção para o neurodesenvolvimento saudável em crianças vulneráveis. Uma intervenção na primeira infância que demonstrou eficácia na melhoria do desenvolvimento da comunicação social precoce é a Terapia de Comunicação do Autismo Pediátrico (PACT). No entanto, não há estudos testando a eficácia do PACT em países latino-americanos onde os fatores de risco ambientais são comuns. Este estudo controlado randomizado testará a eficácia do PACT em melhorar o desenvolvimento da comunicação social em crianças pequenas com risco de dificuldades de neurodesenvolvimento devido a viver em regiões socioeconômicas desfavorecidas de São Paulo, Brasil.

Métodos: Participarão 160 crianças de 2 anos e 0 meses a 4 anos e 11 meses com baixa capacidade de comunicação social e seus cuidadores principais. As díades cuidadoras de crianças serão recrutadas em centros públicos de educação infantil em regiões urbanas carentes da cidade de São Paulo, Brasil. Baixas habilidades de comunicação social serão definidas por Pontuações Padrão <84 nos domínios de Socialização e/ou Comunicação das Escalas de Comportamento Adaptativo de Vineland. As díades criança-cuidador serão randomizadas para receber 12 sessões (cinco meses) da intervenção PACT (N=80) ou cinco meses de suporte comunitário como de costume mais psicoeducação (N=80). O resultado primário (interação pai-filho) e os resultados secundários (habilidades de comunicação social avaliadas com o Vineland, atividade neurofisiológica durante uma interação social ao vivo) serão medidos antes e depois da intervenção. Todos os procedimentos serão realizados de acordo com a declaração CONSORT para intervenções não farmacológicas.