Homeostase de Tiol/Dissulfeto na Infertilidade Inexplicada

Espécies reativas de oxigênio (ROS) são produtos do metabolismo celular normal e consistem em íons de oxigênio, radicais livres e peróxidos. Adicionar um elétron ao oxigênio cria o radical ânion superóxido, que pode então ser convertido em um radical hidroxila, radical peroxila ou peróxido de hidrogênio. Os radicais livres tentam participar de reações químicas que se libertam de seus elétrons desemparelhados e resultam em oxidação. Os antioxidantes naturais encontrados no corpo incluem catalase, glutationa peroxidase, superóxido dismutase e glutationa redutase, vitaminas C e E, ferritina e transferrina. Outros fatores do estilo de vida, como tabagismo, dieta, doenças, poluição, estresse, álcool e alergias, também contribuem para o aumento dos níveis de radicais livres, sugerindo que esses fatores têm um impacto negativo na fertilidade feminina, potencialmente através da formação de estresse oxidativo excessivo.

O acúmulo excessivo de ROS pode danificar células, proteínas, DNA e lipídios; portanto, os níveis de ROS são regulados por mecanismos antioxidantes no organismo. Uma mudança na direção de ROS neste equilíbrio é chamada de estresse oxidativo (OS). As ROS produzidas no folículo têm papéis importantes na foliculogênese e na ovulação. As células da granulosa produzem antioxidantes para proteger os oócitos dos efeitos nocivos do excesso de ERO. OS tem sido implicado como um fator etiopatogenético na infertilidade feminina. O número de estudos que examinam o papel do OS na etiopatogenia da infertilidade aumentou nos últimos anos, e tem sido sugerido que o aumento do OS e/ou a diminuição dos mecanismos de defesa antioxidante podem contribuir para as condições relacionadas à infertilidade.

Um dos mecanismos de defesa contra OS em humanos é a reação tiol redox. O tiol consiste em um grupo sulfidrila e, sob condições de OS, esses grupos funcionais formam pontes dissulfeto reversíveis. Essas ligações provocam mudanças funcionais e estruturais nas proteínas. As pontes dissulfeto são reduzidas a grupos tiol por meio de mecanismos antioxidantes, proporcionando assim a homeostase tiol/dissulfeto. Assim, acredita-se que as pontes dissulfeto sejam um marcador de OS, enquanto os tióis são considerados membros do sistema antioxidante. Apenas um lado desse equilíbrio foi medido por Ellman (1979), enquanto nos últimos anos ambos os lados do equilíbrio tiol/dissulfeto podem ser medidos pelo método de ensaio de Erel e Neselioğlu, permitindo uma avaliação completa do estado tiol/dissulfeto.

Acredita-se que a homeostase dinâmica de tiol/dissulfeto, um marcador recentemente identificado de OS, tenha papéis críticos em processos patológicos em vários processos vitais, como foliculogênese e ovulação.

Na revisão da literatura, há estudos que investigam a relação entre infertilidade e oxidante/antioxidantes. No entanto, as medições requerem a medição de um grande número de parâmetros e muitos biomarcadores separados. O equilíbrio tiol/dissulfeto é benéfico em termos de mostrar o equilíbrio oxidante/antioxidante no total. Não foi possível medir esse equilíbrio simultaneamente em ambos os lados no método de medição do equilíbrio tiol/dissulfeto de Newman em 1979. Nos últimos anos, tornou-se possível medir o equilíbrio sérico de Tiol/dissulfeto bilateralmente com o método espectrofotométrico automático descrito por Erel e Neşelioğlu. Este estudo tem como objetivo investigar se existe uma relação medindo a carga oxidante/antioxidante total com o método Tiol/dissulfeto em pacientes com infertilidade inexplicada, investigar a relação entre homeostase tiol/dissulfeto e ovulação e fertilidade prejudicadas, e analisar o potencial mecanismo patogenético.