Estudo Qualitativo sobre a Percepção das Mudanças na Psicoterapia de Jovens Traumatizados (TRAUMADOPSY)

A clínica do trauma psicológico em adolescentes ainda requer maior desenvolvimento, embora esteja bem documentada em adultos. Esta clínica é complexa, porque deve ter em conta a natureza e o tipo de trauma (recente ou não, intencional ou não, situações de abuso ou violência sexual, etc.), o impacto no desenvolvimento, os contextos (sociais, culturais e familiares ) em que ocorre o trauma e os diversos fatores de vulnerabilidade a ele associados. Esta complexidade tem implicações no manejo psicoterapêutico, que precisa ser adaptado aos perfis clínicos específicos dos adolescentes.

Vários estudos avaliaram a psicoterapia para adolescentes traumatizados, mostrando um efeito positivo a curto prazo na redução dos sintomas de estresse pós-traumático, qualquer que seja o tipo de psicoterapia. Poucos estudos, porém, analisaram o processo terapêutico e os fatores comuns de mudança, ligados principalmente à aliança terapêutica, à experiência do paciente e ao papel do terapeuta: fatores-chave de mudança segundo a literatura internacional. Neste contexto, a experiência do paciente no seu acompanhamento psicoterapêutico é uma fonte de informação há muito negligenciada, embora pareça essencial para uma melhor investigação e compreensão da complexidade dos processos em jogo na psicoterapia do trauma.